A Infantaria tem como característica essencial a aptidão para combater a pé, em todos os tipos de terreno e sob quaisquer condições meteorológicas, podendo utilizar variados meios de transporte. Uma de suas missões é conquistar e manter o terreno, aproveitando a capacidade do infante de progredir em pequenas frações, difíceis de serem detectadas em todos os tipos de terreno. Isso permite que ele se aproxime do inimigo para travar o combate corpo-a-corpo. A Infantaria poderá ter especializações das mais diversas: motorizada, blindada, Paraquedista, leve, de selva, de caatinga, de montanha, de guardas e de polícia.
"Depois do que assisti em Monte Castelo, quando passo por um soldado de Infantaria, tenho vontade de prestar-lhe continência."
(Gen Cordeiro de Farias, comandante da Artilharia Divisionária da FEB).
As unidades da Infantaria brasileira distinguem-se por diferentes especialidades: Motorizada, Blindada, Paraquedista, Leve (Aeromóvel), de Selva, de Montanha, de Caatinga, de Polícia do Exército, de Guarda. São adestradas para combater em diversos tipos de terreno, em qualquer parte do território nacional. Sua missão básica, no ataque, é destruir ou capturar o inimigo, empregando o fogo, o movimento e a ação de choque. Na defensiva, mantêm o terreno e contra-ataca. Tem por característica essencial a aptidão para combater a pé em todos os tipos de terreno, podendo deslocar-se para os lugares mais remotos – desde que receba meios de transporte adequados – e operar sob quaisquer condições meteorológicas. Neste século, nossos infantes integraram a Força Expedicionária Brasileira, durante a II Guerra Mundial. A 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária conquistou o respeito de aliados e adversários com vitórias alcançadas em território europeu, como a de Monte Castelo e a de Montese. Os infantes brasileiros podem ser encontrados na Amazônia, no sertão nordestino, nos pampas, nas montanhas, no pantanal, nos montes. Em qualquer lugar, não importa quão longe esteja. Basta que haja uma missão. O patrono da arma de infantaria é o Brigadeiro Sampaio.
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A Cavalaria, no início das operações, é empregada à frente dos demais integrantes da Força Terrestre, na busca de informações sobre o inimigo e sobre a região de operações. Participa de ações ofensivas e defensivas, aplicando suas características básicas: mobilidade, potência de fogo, ação de choque, proteção blindada e sistema de comunicações amplo e flexível. Seus elementos podem ser blindados, mecanizados e de guardas. Participa do cerimonial com escoltas mecanizadas e a cavalo. A Cavalaria brasileira tem sua origem ligada à organização do Regimento de Dragões Auxiliares, em Pernambuco, ao término da guerra contra os holandeses, remunerada por homens abastados, como João Fernandes Vieira. Mais tarde, na época do governo do Marquês de Pombal, criou-se, no Rio de Janeiro, o Regimento de Dragões, que visava a garantir a autoridade e o cumprimento das leis, ficando ainda em condições de acorrer, em tempo de guerra, onde necessário fosse. No sul, durante as lutas em torno da Colônia do Sacramento, Silva Pais organizou o Regimento de Dragões do Rio Grande para guarnecer as fronteiras, em face do fracassado Tratado de Limites de 1750 (Madri). Durante o II Reinado, teve a Cavalaria ativa participação nos conflitos sulinos. Em 1851/52, o 2º Regimento de Cavalaria, com Osorio à frente, integrou as tropas que invadiram o Uruguai, culminando com sua participação na Batalha de Monte Caseros, na qual foi derrotado Juán Manuel Rosas. Na Guerra da Tríplice Aliança, empenhou o Brasil seis divisões de Cavalaria (DC), distinguindo-se, à frente delas, a figura lendária do marechal Osorio, o futuro Marquês do Herval. Após as reformas de 1908/15 e a influência da Missão Francesa (1921), nossa Cavalaria foi alvo de profundas modificações, que se intensificaram a partir da década de 1960, com o Acordo Militar Brasil-Estados Unidos. Esse acordo possibilitou à Cavalaria brasileira dotar seus regimentos com os mais modernos materiais blindados da América do Sul da época. Hoje, temos três regimentos de Cavalaria de Guarda (Porto Alegre, Rio de Janeiro e Brasília); brigadas de Cavalaria Mecanizada e Blindada; regimentos de Cavalaria Mecanizado nas divisões de exército e regimentos de carros de combate nas brigadas de Infantaria Blindada. A Força adquiriu novos carros de combate, os blindados M 60 A3 TTS, norte-americano, e o Leopard 1A1, alemão, de procedência belga, dando seguimento à modernização da Cavalaria brasileira. “Não obstante a crescente complexidade do campo de batalha moderno, onde o império da alta tecnologia dinamiza a integração dos sistemas operacionais do campo de batalha, as Forças Blindadas ainda permanecem um fator decisivo no combate, graças às suas características cada vez mais aperfeiçoadas de mobilidade, potência de fogo, proteção blindada e comunicações amplas e flexíveis. Modernização, desenvolvimento de uma doutrina de emprego eficaz e adestramento duro e realístico dessas forças constituem motivo de constante preocupação e elevada prioridade para todos os exércitos do mundo”.
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A Artilharia de Campanha é o principal meio de apoio de fogo da Força Terrestre. Suas unidades e subunidades podem ser dotadas de canhões, obuses, foguetes ou mísseis. Tem por missão apoiar a arma-base pelo fogo, destruindo ou neutralizando os alvos que ameacem o êxito da operação. A artilharia antiaérea, componente terrestre da defesa aeroespacial ativa, realiza a defesa antiaérea de forças, instalações ou áreas. A artilharia de costa participa da defesa contra operações navais inimigas em áreas marítimas próximas ao litoral ou em águas interiores. Suas características são a precisão e a rapidez, para destruir ou neutralizar as instalações, os equipamentos e as tropas inimigas localizadas em profundidade no campo de batalha.
“É com fogo que se ganham as batalhas; logo, aumente sua Artilharia !” Frederico, o Grande
A Artilharia brasileira tem lugar de destaque em nossa memorável história militar. No século XIX, tendo à frente seu insigne patrono, o marechal Mallet, foi fundamental para a vitória dos aliados na Campanha da Tríplice Aliança. No século passado, integrando a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na II Guerra Mundial, apoiou, com denodo e precisão, todas as operações da FEB. Nos dias de hoje, acompanhando a evolução dos tempos, organiza-se em três ramos: de Campanha, Antiaérea e de Costa. Possui uma gama variada de materiais, que equipam suas organizações militares, para o cumprimento das missões de apoiar pelo fogo as Armas-bases, realizar a defesa antiaérea e defender a costa. Além disso, vem aperfeiçoando, com o apoio da informática, seu Sistema de Levantamento Topográfico, Busca de Alvos, Observação e Direção de Tiro. Ao lado de armamentos que há várias décadas são dotações de nossas organizações militares de Artilharia, observam-se equipamentos que possibilitam novos padrões de eficiência operacional à Arma. Destacam-se o Obuseiro 105 mm/C 14 M56, orgânico das unidades de Artilharia das brigadas de grande mobilidade, como a Paraquedista e a Leve; o sistema Astros II de saturação de fogos, empregadas pelas unidades de Artilharia de Costa; o Obuseiro 105mm L118 Light Gun e a VBOAP M 109 A3, que vêm ampliando a profundidade do apoio de fogo da Artilharia de Campanha; e o os modernos mísseis IGLA, para a Artilharia Antiaérea. A preocupação do Exército em incrementar seus meios de apoio de fogo demonstram bem a importância da Artilharia no campo de batalha. Seu papel, como no passado, continua inquestionável e fundamental.
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A Engenharia divide-se em duas vertentes: de combate e de construção. A de combate apoia as armas-base, facilitando o deslocamento das tropas amigas, reparando estradas, pontes e eliminando os obstáculos à progressão e, ainda, dificultando o movimento do inimigo. Uma operação de grande envergadura, e que depende diretamente da Engenharia, é a transposição de cursos de água obstáculo. A Engenharia de Construção, em tempo de paz, colabora com o desenvolvimento nacional, construindo estradas de rodagem, ferrovias, pontes, açudes, barragens, poços artesianos e inúmeras outras obras.
A Engenharia Militar Brasileira
Por todo o Brasil, a Engenharia abre caminhos, lança trilhos, pereniza rios e efetua travessias. Ela é a arma de apoio ao combate que tem como missão principal apoiar a mobilidade, a contramobilidade e a proteção, caracterizando-se como um fator multiplicador do poder de combate. A Mobilidade é o conjunto de trabalhos desenvolvidos para proporcionar as condições necessárias ao movimento contínuo e ininterrupto de uma força amiga. Os engenheiros realizam, entre outros, trabalhos de abertura de passagens em obstáculos, de transposição de cursos de água, de navegação em vias interiores, de conservação e reparação de pistas e estradas, de destruição de posições organizadas do inimigo, proporcionando condições para que a manobra tática obtenha rapidamente vantagens sobre a posição do inimigo. A Contramobilidade é o conjunto de trabalhos que visam deter, retardar ou canalizar o movimento das forças inimigas para, em princípio, contribuir na destruição dessas forças. São trabalhos que proporcionam maior valor defensivo ao terreno, principalmente pela construção de obstáculos de acordo com a intenção do comandante tático, restringindo a liberdade de manobra do inimigo. A Proteção é o conjunto de trabalhos que visam reduzir ou anular os efeitos das ações do inimigo e das intempéries sobre a tropa e o material, proporcionando abrigo, segurança e bem-estar e ampliando a capacidade de sobrevivência das forças em campanha. Os engenheiros, em função do conhecimento técnico e do pessoal e material especializados, prestam assistência às tropas em combate ou realizam trabalhos de fortificações, camuflagem e instalações.
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As Comunicações – a Arma do Comando – proporcionam as ligações necessárias aos escalões mais altos que exercerão a coordenação e o controle de seus elementos subordinados antes, durante e após as operações. Além disso, atua no controle do espectro eletromagnético, por meio das atividades de Guerra Eletrônica, para impedir ou dificultar as comunicações do inimigo, facilitar as próprias comunicações e obter informações. O ciclo básico da tomada de decisão é deflagrado a partir dos estímulos recebidos do ambiente. O centro decisório, após detectar, comparar, analisar, decidir e agir, reage ao ambiente, para restabelecer a situação desejada. O Sistema de Comando e Controle (SC2), como parte integrante desse processo, precisa ser operado em tempo compatível que assegure a oportunidade na tomada de decisão. O funcionamento eficaz do SC2 é responsabilidade do comandante. A Arma de Comunicações tem como patrono o Marechal Rondon.
Quadro do Material Bélico
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O Quadro de Material Bélico realiza o apoio logístico voltado para a manutenção do material bélico, principalmente, os armamentos, as viaturas e as aeronaves. Inclui-se aí, o suprimento de peças e conjuntos de reparação destinados a esses materiais. Cuida ainda, do suprimento de combustíveis, óleos, graxas e lubrificantes para motores e máquinas. O Exército Brasileiro criou o Quadro de Material Bélico (QMB), em decorrência da participação brasileira na II Guerra Mundial. Segundo estudiosos de história militar, a última grande guerra teria sido vencida, principalmente, pela Logística. Graças a esta, os blindados de Patton e as viaturas de Bradley mantiveram-se em estado permanente de disponibilidade. Essa eficácia operacional resultou da capacidade dos exércitos aliados de manterem seus veículos em funcionamento quase ininterruptamente. A Força Expedicionária Brasileira pôde comprovar, naquela ocasião, esses exemplares padrões de manutenção e suprimento. Portanto, dessas lições históricas veio a criação do QMB.
A assertiva do imperador francês Napoleão Bonaparte “Os exércitos marcham sobre seus estômagos” ganhou roupagem nova na guerra moderna de armas tecnologicamente sofisticadas. Na verdade, podemos afirmar que, conforme têm demonstrado os conflitos recentes, “os exércitos marcham sobre seu apoio logístico”. De 1959 até os dias atuais, muito se fez pela evolução do Quadro de Material Bélico. O desafio, agora, é dar continuidade a esse esforço evolutivo. Para isso, dispomos de muitos casos por estudar, como, por exemplo, as experiências de forças brasileiras em Moçambique e em Angola, na presente década. Devemos ter em mente que a má logística do material pode resultar em derrota militar e em efeitos devastadores sobre o moral da tropa. O sucesso na guerra depende, em grande parte, do apoio logístico. E, dessa infraestrutura logística eficiente e rápida, destacamos, hoje, as atividades de manutenção, transporte e suprimento de material bélico.
Evolução Doutrinária do Quadro de Material Bélico
O desenvolvimento de uma doutrina específica para o emprego do Quadro de Material Bélico baseou-se, inicialmente, na Portaria nº 155 – Reservada, de 31 de outubro de 1962, que se referia à organização do Material Bélico. Durante vários anos, manuais estrangeiros adaptados à realidade brasileira foram utilizados nos cursos de formação e aperfeiçoamento de Material Bélico. Em 1982, foi editado o Manual C 9-7 – Companhia de Material Bélico do Batalhão Logístico, primeiro documento a regular o emprego em campanha de uma organização militar do Quadro. Dois anos depois, surgia o C 29-15 – Batalhão Logístico. Em 1986, foi editado o Manual de Campanha C 9-1 – Emprego do Material Bélico, com doutrina que preconizava para o Quadro as seguintes missões: Em 1993, o Manual C 100-10 – Logística Militar Terrestre adotou uma visão sistêmica da logística (aprofundada, posteriormente, pelo novo C 100 – 5 – Operações, edição 1997), que estabeleceu, como apoio logístico ao combate, as missões de prever, prover e manter a Força nas áreas de material e pessoal. (Texto baseado em artigos publicados na revista "Material Bélico" – Mais de dois séculos de História, da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais.) O Material Bélico e a Logística: vitais para os exércitos! Os últimos conflitos ratificaram a importância cada vez maior do papel da Logística como interface entre todos os níveis do espectro estratégico-operacional. Mais do que multiplicador de combate, a Logística passou a ser definidora do curso das guerras. No próximo século, os exércitos evoluirão à medida que sejam capazes de assimilar doutrina e organização modernas, bem como treinamento e uso intensivo de tecnologia avançada. A Logística militar do século XXI terá como características fundamentais: agilidade, visibilidade, flexibilidade, confiabilidade, previsão e pronta resposta, sendo também fruto de relacionamento com a indústria e a pesquisa. No Exército Brasileiro, como resposta às necessidades de integração e racionalização, o Departamento Logístico, oriundo da fusão do Departamento de Material Bélico e do Departamento-Geral de Serviços, passa a realizar de forma centralizada todas as funções logísticas (prever, prover e manter) relativas à área do material, por meio de diretorias identificadas com as atividades de suprimento, transporte, mobilização e manutenção. O Quadro de Material Bélico, vem reunindo experiências diversificadas que solidificaram seu papel no apoio logístico às operações militares, tomando parte de exercícios de adestramento em todos os rincões do País e contribuindo para a preparação das tropas brasileiras enviadas ao estrangeiro em missões de paz. Igualmente vem constituindo peça fundamental na supervisão e execução rotineiras de manutenção e fornecimento de suprimentos. O patrono do Quadro de Material Bélico é o Tenente-General Napion.
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O Serviço de Intendência é a parte da logística voltada para as atividades de suprimento. Ele distribui o material de intendência (uniformes, equipamentos individuais, etc) e os diversos tipos de munição e de gêneros alimentícios. Proporciona também, em operações, outros serviços como lavanderia e banho. Nas organizações militares os intendentes assessoram os comandantes na administração financeira e na contabilidade. Incansável e tenaz, a Rainha da Logística realiza um serviço cotidiano e ininterrupto, transportando, suprindo e alimentando. A satisfação da tropa apoiada é o seu maior objetivo. Por isso mesmo, é respeitada e admirada pela sua capacidade de trabalho. A evolução do material de Intendência é essencialmente dinâmica. Estudos são realizados permanentemente, com o objetivo de aperfeiçoá-lo.
O símbolo Originário da Grécia e da Itália, o acanto é uma planta espinhosa, de flores brilhantes, cujas folhas compridas, verdes e recortadas, são muito decorativas. Foram largamente utilizadas, como motivos arquitetônicos, em construções de templos e monumentos sacros. Por isso, com o tempo, a folha de acanto passou a ser associada à pureza e à honestidade. Consta que esse simbolismo permaneceu nas legiões guerreiras de Roma. Os magistrados nomeados para cuidar das finanças militares autenticavam documentos com um sinete que tinha as características da folha do acanto. Na Ilíada, de Homero, também está registrado que, na guerra de Troia, os reis incumbiam oficiais de alta patente pela guarda e gestão dos fundos destinados ao pagamento dos soldados e das demais despesas da campanha. Esses oficiais, nos acampamentos, utilizavam a folha de acanto – por ser grande, ornamental, e, sobretudo, porque amarelava com facilidade – para identificar suas barracas. Assim, em situações emergenciais, eles eram facilmente localizados. Finalmente, na França, para exercer a administração e controlar a ação dos chefes de exército, foram criados os intendentes; homens que prestavam contas diretamente ao rei. A nomeação destes, para fazer revistas nos regimentos formados, para verificar existência e quantidade de homens e equipamentos, era por escolha entre os nobres de honra ilibada e pureza comprovada. E a Intendência passou então a fazer parte do quadro do Exército no país, tendo o acanto como símbolo do caráter e perfeição moral dos que lidam com o dinheiro público. Em 1920, com a vinda da Missão Militar Francesa, foi criada a Intendência do Exército Brasileiro; que também ganhou como símbolo a folha de acanto. Cabe ao Serviço de Intendência atender aos objetivos do Exército Brasileiro no que se refere a atividades logísticas que convergem para o planejamento correto e o provimento oportuno, nos locais determinados e nas quantidades e especificações exigidas. Respeitada e admirada por sua capacidade de trabalho, a Rainha da Logística realiza um serviço cotidiano e ininterrupto, transportando, suprindo e alimentando.
O patrono do Serviço de Intendência é o Marechal Bitencourt. |
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